"O que Aveiro une, ninguém separa."


Escrevo isto a caminho de casa (a minha casa na terrinha), durante a última viagem de comboio de regresso do primeiro ano de universidade - tecnicamente, o ano-letivo já acabou há muito tempo, pois o último dia de exames já foi há uma semana e o último dia de aulas foi ainda há mais tempo, mas eu decidi prolongar a minha estadia em Aveiro, adiando o inevitável: a despedida.
Eu sei que, ao falar assim, soo muito dramática, como se isto fosse o fim e nunca mais fosse ver estas pessoas ou voltar a este lugar. No entanto, eu sou muito sentimental no que toca a estas coisas e já me custa dizer adeus, estando este a ser mais difícil do que eu esperaria inicialmente.
De facto, ao vir para aqui, como não conhecia ninguém (conhecia uma pessoa, mas nem era do meu curso), vi-me obrigada a falar com muitos desconhecidos e isso era algo que me deixava receosa, pois já todos ouvimos "não fales com estranhos, eles são perigosos" - estou a brincar, mas a verdade é que não sabia o que esperar e, mesmo após ter ouvido muita gente dizer "conhecer pessoas novas é muito fixe!" continuava a não ter a certeza se gostaria mesmo dos meus novos colegas.
Contudo, como seria de prever, estava a fazer uma tempestade num copo de água desnecessariamente, visto que depois de alguns meses de contacto com estas pessoas, já posso chamar a muitos deles amigos. Aliás, em alguns casos, sinto mesmo que é muito verdade aquilo que dizem em relação a não interessar há quanto tempo conheces alguém, pois o que interessa mesmo é o impacto que a pessoa causa, pelo que o grupo de pessoas a quem eu chamo "minhas pessoas" aumentou significativamente!
Efetivamente, o que me fez gostar tanto de Aveiro e destes últimos meses foram mesmo as novas amizades que fiz e as memórias criadas com esta maltinha; já para não falar das mudanças em mim que advieram de novas influências e de muitas horas de conversas (nem acredito que encontrei pessoas dispostas a aturar-me!).
Assim, no fim de contas, custa-me regressar ao lugar onde antes passava todos os dias porque vou ficar longe de quem já me habituei a ter perto, mas não há nada a fazer quanto a isso - tudo o que vai, volta.
Resta-me, então, dizer até já e um obrigada - é mesmo incrível como em Aveiro existe muita gente fixe por metro quadrado!

Beatriz Santos
(13/07/2017)

PS: Ainda me lembro, quando no primeiro dia em que andei pela universidade, vi pintada no chão a frase "o que Aveiro une, ninguém separa"; pretendo que esta seja uma afirmação verdadeira.

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